Criações feitas com linha, cor e alegria, música, alguma magia e muito amor...

24.3.08

Thérèse de Dillmont


A magia da arte das rendas
(in: Burda Extra - aprender o crochet)

As rendas antigas suscitam sempre a nossa admiração. Quem foram as suas criadoras? Não são este tipo de obras de arte, como a gola que mostramos na página 51 (ver foto acima), testemunhos de grande criatividade? Trata-se neste caso, de um original cujo desenho data da segunda metade do séc. XIX! A história do croché não é muito conhecida. Na sua origem encontram-se, certamente, as riquíssimas rendas de bilros e de agulha que só a nobreza e o clero podiam adquirir. As rendas de croché desenvolveram-se a partir da tentativa de copiar essas rendas decorativas, de modo a torná-las acessíveis a todas as camadas da população.
Inicialmente, as rendas de croché destinavam-se apenas ao engalanamento do vestuário. No entanto, durante a época do Romantismo as rendas ganharam uma grande importância como elementos decorativos de toalhas e lençóis, assim como sob a forma de naperons delicados. Começaram a ser executadas bolsinhas, com várias formas e feitios, em materiais valiosos, parcialmente enfeitadas com contas enfiadas no fio. Também eram usadas como bolsas para o tabaco e porta-moedas. As golas em croché, assim como os jabots e punhos de renda eram igualmente muito apreciados. Estes acessórios sedutores permaneceram até hoje como elementos da moda. De facto, a criadora da gola artística anteriormente mencionada é conhecida! Chamava-se Thérèse de Dillmont e provinha de uma família aristocrática vienense. Nasceu a 28 de Outubro de 1846 e ainda muito jovem era uma entusiasta de bordados delicados. Frequentou a academia de bordados fundada pela imperatriz Maria Teresa em Viena. Foi uma das alunas mais distintas, destacando-se pela sua habilidade, criatividade e força de vontade.
Quando acompanhou a sua directora a uma exposição de bordados em Paris, conheceu Jean Dollfus, um fabricante de linhas de Mulhouse, na Alsácia. Provavelmente foi ele que lhe deu a ideia de fundar seu próprio atelier de bordados. Este foi inaugurado em Outubro de 1884, em Dornach, perto de Mulhouse. Data dessa data a relação de negócios com a DMC, uma empresa hoje em dia de renome internacional (*1). Entre as diversas publicações relativas às várias técnicas de artes manuais, a coroa de glória de Thérèse de Dillmont foi a “Enciclopédia dos lavores femininos” publicada em 1886. Esta edição é considerada, ainda hoje, a bíblia dos trabalhos manuais e encontra-se traduzida em dezassete idiomas.

(*1) empresa de linhas

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